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Guimarães, a cidade onde nasceu Portugal

Em nossa viagem para Portugal chegamos ao país por Lisboa e aproveitamos para conhecer também Sintra e Cascais de trem, cidades bem próximas à capital. Depois disso, alugamos um carro e partimos para o norte do país, com algumas paradas estratégicas na fofíssima vila medieval de Óbidos, em Nazaré, a cidade das ondas gigantes e na vila de Talasnal, com suas charmosas construções de xisto (no Brasil, pedra de ardósia). Depois de tudo isso, entregamos o carro em Coimbra e partimos de trem para Guimarães, onde ficaríamos por quatro dias, sem necessidade de termos um carro em mãos. Chegamos à noite e caminhamos a pé por cerca de 1 km, indo da estação de trem até o prático e muito bem localizado Guest House Vimaranes, que alugamos pelo Booking e que recomendo muito. Durante quatro dias “moramos” em uma ruazinha estreita muito fofa, estilo medieval, bem no centrinho de Guimarães. Um charme e super conveniente.
Nossa rua por quatro dias em Guimarães
Guimarães fica no distrito de Braga, na região do Minho. Em dezembro de 2001 o centro histórico da cidade passou a figurar na lista dos patrimônios mundiais da UNESCO. Por ser uma das principais cidades históricas do país, Guimarães recebe sempre muitos turistas, especialmente durante o dia. Sua proximidade com a cidade de Braga, outra muito turística, facilita as excursões de bate-volta. Pois bem, Guimarães, outrora Vimaranes e também conhecida como cidade-berço, foi onde nasceu o país que hoje conhecemos como Portugal. Nos idos tempos de D. Henrique, pai do célebre conquistador e primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, estabeleceu ali, em meados do Século XI, o centro administrativo do Condado Portucalense, de onde D. Afonso Henriques deu inicio à sua luta contra os mouros, criando, a cada batalha vencida, o país que conhecemos hoje.
A cidade tem muitas ruelas charmosas e bem características
Não à toa, a cidade hospeda o belíssimo e imponente Castelo de Guimarães, uma construção militar que, à época, tinha como objetivo defender a população contra os ataques dos mouros. Recomendo muito a visita (paga) ao castelo, que é na verdade uma fortaleza e traz suas muralhas muito bem conservadas. No interior, entretanto, há apenas algumas ruínas e um pequeno museu com peças e quadros explicativos que contam a história da cidade e, naturalmente, do país. Mesmo assim, é uma visita muito interessante e com ótimas vistas.
O castelo que, na verdade, era uma fortaleza
Há também alguns objetos para interação infantil com jogos e um pequeno vídeo ilustrado para crianças que conta, de maneira sucinta e divertida, a história do lendário D. Afonso Henriques e da criação do país. Não sou criança, mas confesso que o vídeo me serviu bem. Além disso, durante a nossa visita encontramos lá dentro uma companhia de teatro que encenava, a caráter medieval, uma peça para os alunos das escolas da cidade. Não posso deixar de recomendar também uma visita à parte externa do castelo durante a noite, pois a iluminação o deixa ainda mais belo e imponente.
O belíssimo a fotogênico Castelo de Guimarães. visita imperdível
Os jardins que abrigam o Castelo de Guimarães são extremamente agradáveis e muito bem cuidados e, neles, há também uma outra construção medieval que se pode avistar de cima das muralhas do castelo.
Parte de trás do Paço dos Duques de Bragança
Refiro-me ao Paço dos Duques de Bragança. À entrada somos recebidos pela estátua de D. Afonso Henriques, que guarda o Paço.
A visita é paga e lá dentro não se pode tirar fotos com flash e nem filmar. Armaduras, tapeçaria, pinturas e quadros, armas das mais diversas, mobília da época, peças de jantar, banho e afins, estão entre as atrações dispostas nos enormes cômodos do Paço. Confesso que nunca havia visto antes lareiras tão grandes e tão numerosas. Fiquei impressionada imaginando a imponência daquela construção à época em que foi idealizada. Dentro do Paço há também uma pequena e charmosa capela, toda ornamentada em madeira. Ficamos muito frustrados porque perdemos um concerto de música erudita com canto lírico. Portanto, se gosta desse tipo de evento, informe-se quando estiver planejando a viagem para não perder nada. Guimarães é uma cidade que transborda cultura e história.
Um dos salões do Paço dos Duques de Bragança
Embora localizado no mesmo terreno e partilhando seus jardins com o Castelo de Guimarães, o Paço dos Duques de Bragança dispõe de uma extensa e agradável área para piquenique e atividades diversas, do outro lado, onde há bancos e mesas de madeira cercados por muito verde.
Área de lazer aberta ao público. Muito verde e muito espaço.
Caminhando um pouco mais chegamos a uma agradável área com banquinhos, cobertos por trepadeiras em cercas suspensas onde, atendendo ao pedido dos nossos sofridos pés, paramos para um descanso observando à frente o imponente fórum da cidade. O silêncio, a tarde agradável e o cansaço nos levou a um cochilo embalado pelo som dos pássaros e da história dessa bela cidade.
Um cochilo nos jardins do Paço dos Duques de Bragança
Entre o castelo e o paço está a Capela de São Miguel do Castelo. E, ao lado do castelo, há uma boa área de estacionamento, além de mais uma igreja. Ali nos arredores do Castelo de Guimarães e do Paço dos Duques de Bragança há praças, muralhas, ruelas medievais, igrejas e capelas. A cidade exala beleza, acolhimento e história.
Em alguns momentos a gente quase esquece que está no Século XXI…
Além das vedetes que acabei de citar, não se pode deixar de visitar o Largo da Oliveira, no centro histórico da cidade, que hospeda a Igreja de Nossa Senhora das Oliveiras, além de muitos restaurantes e bares.
Praça da Oliveira. Muitos restaurantes e movimento no centro da cidade.
Ficamos hospedados aqui pertinho e adoramos a região. Adjacente a esta praça está outra, a Praça de Santiago, onde almoçamos o melhor bacalhau de toda a viagem (e olha que comemos muitos!) no restaurante El Rey. Esse deixou muitas saudades.
O bacalhau vencedor dessa viagem, com vinho da casa
Nos fins de semana, entre uma praça e outra, acontece uma feira estilo bazar com diversos tipos de produtos antigos. O Largo da Oliveira e a Praça Santiago são cenários incríveis para um bom almoço, um bom descanso, um bom vinho ou só mesmo um bom bate-papo. Uma graça. Fica a dica também para você usar e abusar dos vinhos da casa em Portugal, que normalmente oferecem um excelente custo x benefício para acompanhar as refeições.
Bacalhau ao Brás e vinho da casa na Praça Santiago.
Mais para o centrinho comercial da cidade está a Igreja da Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, que encerra a fotogênica avenida do Largo da República do Brasil.
Centrinho comercial da cidade com sua igreja e seus jardins impecáveis.
Ali pertinho está também a Igreja de São Francisco. Nos arredores há restaurantes, shoppings, farmácias, mercados, comércio em geral.
Guimarães é, sem dúvidas, um prato cheio para os adeptos da fé cristã
Para um pouco mais de contato com a natureza e uma vista linda e completa da região, sugiro uma visita demorada ao Parque da Penha, que fica nas montanhas, a 7 km da cidade. Subimos e descemos de teleférico, cujo preço é bem salgadinho, mas pode-se ir de ônibus, carro, ou caminhando. Infelizmente pegamos lá em cima um dia chuvoso, extremamente frio, úmido e de muito vento, o que não tirou a beleza do parque.
Há várias áreas para piquenique em diversos pontos do parque
No Parque da Penha há muitas áreas para caminhada, piquenique, estacionamento, restaurantes, banheiros, camping e até piscina. E, claro, uma igreja.
Igreja do Parque da Penha. Esta é a vista do mirante mais alto.
Os caminhos por entre e sobre as enormes pedras de granito espalhadas pelo parque são uma atração em si.
Em algumas partes do parque, parece que vamos ver um Hobbit caminhando por ali
Se gosta desse tipo de passeio, reserve um tempo para deixar-se perder e explorar cada cantinho dessa bela região. Não se esqueça de vestir sapatos confortáveis para caminhada, pois a tendência é você passar o dia todo em movimento, subindo e descendo caminhos e explorando a floresta e os mirantes.
Para quem gosta de natureza, há muito o que explorar, fotografar e curtir
Nos quatro dias que ficamos em Guimarães, pegamos bastante chuva. Nota-se que a região é fria, úmida e, como toda região mais montanhosa, de clima altamente temperamental. No mesmo dia tivemos sol quente, chuva, ruço (neblina) e frio. Um fato curioso que aconteceu comigo foi que tive uma dessas loucas vontades de comer doce à noite e escolhi um no cardápio de um dos restaurantes do Largo da Oliveira. Para minha surpresa, o proprietário logo veio me perguntar se iríamos jantar e, quando eu disse que só estava interessada na sobremesa, negou-se a vendê-la e mandou-me, com cara de poucos amigos, comprar minha sobremesa na padaria. Dessas esquisitices que mais nos diverte do que nos irrita. A cidade é bela, limpa, organizada, cheia de jovens, história e turistas. Para melhorar, os preços da alimentação e das acomodações são bem acessíveis. No dia anterior à nossa ida para o Porto, fomos à rodoviária da cidade saber sobre valores, horários e disponibilidade de lugares nos ônibus, e ficamos surpresos quando o funcionário nos informou que não faltariam ônibus, nem mesmo com a greve dos ferroviários que estava acontecendo naqueles dias, e que por isso eles não vendiam passagem antecipada. Depois de confirmarmos que nosso trem não passaria, chegamos à rodoviária e nos deparamos com um caos de malas e pessoas embaralhando-se entre si, gente indo trabalhar no Porto, gente indo passear no Porto. Mesmo assim, realmente não faltaram ônibus, e chegamos ao nosso destino sem problemas, como havia prometido o rapaz da bilheteria. Recomendo Guimarães, seus castelos, suas ruas, suas praças e seu charme. Vá e fique, pelo menos por uma noite, para aproveitar melhor a cidade que deu origem a Portugal. Siga-nos no Twitter: @viagensandancas (www.twitter.com/viagensandancas) No Instagram: @viagenseandancas (www.instagram.com/viagenseandancas) Curta o Viagens & Andanças no Facebook: www.facebook.com/viagenseandancas

Apaixonada por viagens, natureza, lugares lindos e interessantes e por fotografia. Viajei pouco até hoje, mas curti cada viagem e tirei delas o melhor que pude. Viajar e fotografia são paixões de infância! Criei esse blog para compartilhar minhas experiências durante minhas viagens e trilhas feitas com meu marido. Trocando informações, todo mundo se ajuda! :)

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