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Contemplação e respeito pela natureza!

Pedra das Flores, São José do Vale do Rio Preto


Há muitos anos, eu ainda adolescente, naqueles momentos de “vamos fazer algo diferente” que todo adolescente tem, parti com uns amigos para uma expedição de meio dia até um local na cidade onde nasci. Resolução de última hora, nenhuma preparação. Nada de água, nada de mochila, nada de lanche, nada de nada. Lá fomos nós em busca de uma aventura pela natureza e da linda vista, famosa na cidade. A expedição foi um sucesso. Voltamos ao anoitecer e em minha memória ficou uma lembrança incrível de um lugar diferente de tudo o que eu havia visto até então. Era meu primeiro contato com uma montanha. A felicidade por aquela conquista foi embora rápido, quando minha mãe descobriu 52 micuins agarrados na minha perna direita e mais alguns outros na barriga, nas pernas e pelo corpo. Às 2h da madrugada meu pai teve que bater na porta do farmacêutico da cidade, para que ele fizesse com urgência uma solução para a coceira insuportável provocada por aquelas pestinhas minúsculas. Ninguém dormiu naquela noite. Muita coceira e muito choro depois, ficou a lembrança engraçada e a vontade de retornar. Voltei muitas outras vezes durante a noite com amigos. Ficávamos pelo caminho apreciando as estrelas e contando histórias esquisitas que assustavam uns e outros. Mas os micuins me impediram de refazer toda a trilha.

Uma linda caminhada que me deixava saudades.

Uma linda caminhada que me deixava saudades.

Cerca de 23 anos depois voltei à Pedra das Flores com os amigos do grupo Trilhas na Serra. Dessa vez, para um pernoite bem organizado, na expectativa de um lindo pôr e nascer do sol. Infelizmente o tempo não colaborou muito com nosso objetivo, mas proporcionou bons momentos e bons registros de ótimas experiências vividas com amigos.

Caminho aberto com parte da vista que se tem da trilha

Caminho aberto com parte da vista que se tem da trilha

O tempo estava instável. Em nosso ponto de encontro, ainda no centro de São José do Vale do Rio Preto, choveu um pouco algumas vezes. Resolvemos prosseguir e já pertinho da entrada da trilha, quase desistimos. O céu estava carregado e chovia. Mas a minha teimosia de taurina inveterada não aceitou essa derrota e, assim, resolvemos subir.

A trilha é relativamente curta, mas nem por isso, trivial. Depois de uma subida dentro da mata, descemos por um trecho sem proteção da mata, mas com um lindo visual. A trilha desemboca em um pequeno riacho na pedra, área do primeiro acampamento. Paramos lá para um lanche, um papo, um descanso e seguimos em frente. Alguns não pernoitariam e não podíamos perder muito tempo.

Área do acampamento 1, onde paramos para um descanso.

Área do acampamento 1, onde paramos para um descanso.

O caminho é bem demarcado e em alguns trechos confusos na pedra há setas riscadas na pedra para orientar o caminhante. Em seguida chegamos finalmente em uma pedra bem íngreme. É possível subí-la sem corda, mas nossos mochilões dificultaram a tarefa e subimos com o auxílio de uma corda.

Subidinha enjoada, especialmente com cargueira pesada. A corda ajuda muito.

Subidinha enjoada, especialmente com cargueira pesada. A corda ajuda muito.

Depois disso o caminho é feito todo em pedra e pode ser um pouco confuso para os marinheiros de primeira viagem. Nesse trecho é importante estar com um bom calçado, que não escorregue.

Chegamos no acampamento 2, montamos nossas barracas e partimos para subir a pedra final e chegar na Pedra do Cupim, onde a vista é linda demais. É, mais pedra. Íngreme e chatinha também. Os amigos levaram corda para facilitar a subida/descida, mas eu e Marcos carregávamos o tripé na mão e preferimos subir e descer sem a corda. Deu tudo certo, descemos bem, mas meu joelho (que já anda revoltado) reclamou, me impedindo de subir no dia seguinte.

Havia muitas nuvens carregadas e sentíamos alguns pingos de chuva vez ou outra. Mas essa condição nos proporcionou fotos com visual mais “dramático”.

Parte da vista de Pedra das Flores, São José do Vale do Rio Preto, RJ.

Parte da vista de Pedra das Flores, São José do Vale do Rio Preto, RJ.

Desse local é possível avistar o majestoso Dedo de Deus e algumas outras montanhas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Mas nesse dia os picos estavam todos encobertos.

Amigos na Pedra do Cupim, observando o lindo visual que se tem da região.

Amigos na Pedra do Cupim, observando o lindo visual que se tem da região.



Nesse lugar lindo só nos resta contemplar a agradecer pela beleza da natureza e pela companhia dos amigos.
Na primavera, o lugar faz jus ao nome, enchendo-se de flores de variados tipos e belezas, encantando até os olhares mais indiferentes.

Contemplação e respeito pela natureza!

Contemplação e respeito pela natureza!

Resolvemos não esperar a lua nascer e descemos para matar o monstro que, àquela altura, havia acordado no nosso estômago. Preparei um jantar dos deuses: miojo com atum. :)

Repondo as energias depois de um dia excelente em Pedra das Flores

Repondo as energias depois de um dia excelente em Pedra das Flores

Papeamos bastante, tiramos mais fotos e a cada minuto noite adentro, colocávamos mais roupa. Quem disse que São José do Vale do Rio Preto é quente sempre? A noite de inverno em Pedra das Flores é fria.

Algumas das barracas em nosso pequeno e acolhedor acampamento

Algumas das barracas em nosso pequeno e acolhedor acampamento

Alguns amigos prepararam uma “sopa comunitária” e aproveitaram o bom clima para levar o papo até a hora de dormir.

Nós ficamos rodando pelo local experimentando algumas fotos.

Um clique do Marcos num momentinho em que o céu limpou um pouco.

Um clique do Marcos num momentinho em que o céu limpou um pouco.

Ficamos chateados em saber que foi permitido, pelo município, o uso do local para trilhas de moto. Nada contra o pessoal das motos, mas aquela trilha não é lugar pra elas. Há muitos outros locais na cidade que as motos podem usar. A trilha para Pedra das Flores é monumento natural da cidade das Águas de Março, e deveria continuar assim. Além disso, o local é uma unidade de conservação e isso, você deve saber, não combina com motocross, certo?

No acampamento 2 está a nascente de um rio e dormimos com aquele som da água correndo melindrosa montanha abaixo. Eu senti frio durante a noite e Marcos, calor. :)

Acordamos cedo, Marcos saiu da barraca e voltou com a notícia de que o tempo estava ruim, fechado, todo cinza. Desanimei de forçar meu joelhinho magoado pedra acima e fiquei por ali mesmo, matando a preguiça, enrolada no saco de dormir. Alguns corajosos subiram na esperança de ver o sol nascer. Quando tomei corgem, levantei, preparei um café, lanchamos e rodamos mais um pouco pelo local em busca de algumas outras fotos.

Eu observando o vale, que acordava preguiçoso

Eu observando o vale, que acordava preguiçoso

A manhã avançava e tínhamos que descer pois eu ainda precisava trabalhar à tarde. Uma parte do grupo já havia descido logo bem cedo, mas uma outra parte ficou lá até o fim da tarde, apreciando o dia que depois limpou totalmente e rapelando no local.

Chegamos em casa cansados, mas felizes. Eu especialmente por ter voltado depois de tantos anos a um lugar tão especial. E dessa vez, sem micuins! :)

O Fabiano R. de Souza tem belas fotos da cidade das Águas de Março em seu Flickr, onde Tom Jobim tinha um sítio e onde compôs essa linda música. E um vídeo sobre Pedra das Flores, do Roberto Perez.

O grupo que pernoitou em Pedra das Flores e a cozinha do Cheff Roberto Perez. ;)

O grupo que pernoitou em Pedra das Flores e a cozinha do Cheff Roberto Perez. ;)

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Apaixonada por viagens, natureza, lugares lindos e interessantes e por fotografia. Viajei pouco até hoje, mas curti cada viagem e tirei delas o melhor que pude. Viajar e fotografia são paixões de infância! Criei esse blog para compartilhar minhas experiências durante minhas viagens e trilhas feitas com meu marido. Trocando informações, todo mundo se ajuda! :)

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